domingo, 13 de dezembro de 2009

Deus nos dá livre arbítrio para que demonstremos o nosso amor a ele.



[Por Alessandra Laís Pinho Valente e
Diego Bruno de Souza Pires -
Servos do Senhor Jesus Cristo]



“Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina teu ouvido” (Provérbios 4:20). Essa passagem tocou tanto em nosso coração, pois é o princípio do amor a Deus. Observe que Deus não diz que somos obrigados a segui-lo, nem a amá-lo, mas que é importante inclinarmos os nossos ouvidos e atentarmos para as suas palavras, pois, assim, saberemos viver sobre os seus princípios. À medida que atentarmos para ouvir a sua voz, passaremos a viver, cada vez mais, sabendo enfrentar as desavenças, andar em equilíbrio e conforme o passo.
Como o pai que ensina seus filhos no início da caminhada, assim faz Jesus conosco. O nosso pai maior diz: “atenta, filho meu, para as minhas palavras...”. Ele nos chama de filho e cuida de cada um de nós de tal forma que nos aconselha (não nos obriga) a prestar atenção em seus ensinamentos, para que, dessa forma, tudo ocorra bem na nossa caminhada com Cristo. Somos a menina dos olhos do pai, por isso o seu cuidado e zelo para com a nossa vida. Somos verdadeiras crianças que pouco ou quase nada sabe sobre a vida e precisa do conselho do seu paizinho para aprender a caminhar, a falar e se comportar diante o desenrolar da vida.
Do que adiantaria fazer algo ou trilhar um caminho sem desejar? Não seria de boa lógica seguir a Deus, simplesmente por temor, medo, respeito ou interesse em obter a salvação. O que Deus quer das nossas vidas é que o sigamos por amor e vontade própria, por saber que trilharemos o caminho da verdade, da honra, da lealdade, do respeito, da fraternidade... ou melhor, o caminho santo. Dessa forma, Deus nos dá o livre arbítrio, para que o nosso amor, a nossa verdade, a nossa vida seja legitima aos seus olhos. “Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (I-Coríntios 13: 5). Pois bem, o que Deus deseja é que o sigamos por amor e não por interesse, já que o amor deverá ser o maior fruto que há dentro de cada um de nós.
Jesus Cristo, certa vez disse: “(...) amarás ao senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10:27). Ele deixou claro que os homens deveriam amá-lo com todo o entendimento, sem que houvesse qualquer tipo de imposição. Quando impomos aos outros a nossa fé ou nosso acreditar, não há louvor em nossas atitudes, mas coerção, coação e tirania. O interessante é levar a palavra de Deus com humildade e honra, deixando que os nossos irmãos sigam por vontade própria esse caminho. E assim, quando estiverem preparados para aceitar verdadeiramente a Deus, o pai estará disposto a perdoar os pecadores, a curar doenças e feridas, e dá abrigo aos que sentem frio...
Certa feita disse Abraham H. Maslow: “Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." A glória e a legitimidade do amor a Deus só estão presentes se pudermos usar as nossas próprias “pernas” para encontrá-lo.
Quando Deus disponibilizou o fruto do conhecimento no jardim do éden, o fez em manifestação a possibilidade do livre arbítrio aos homens. Entretanto, esse livre arbítrio traria problemas, diversidades, sofrimentos etc. Em título de exemplo, façamos uma ponte com o nosso passado, especificamente ao tempo em que éramos crianças. Não tínhamos problemas, nem dificuldades, pois a inocência, a pureza e imaturidade vendavam os nossos olhos e escondiam-nos da angustia. Por isto, atentem irmãos! As dificuldades aparecem em nossas vidas quando entramos em contato com o conhecimento, quando passamos a pensar como “adultos”, fazer escolhas como adultos, comportar-nos como adultos.
As cartas escritas em destino aos Coríntios já os alertavam das dificuldades em ser “adultos”: “quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” (I-Coríntios 13: 11). Transpassou o iluminista Jean-Jacques Rousseau esta mesma preocupação face à esfera político-social, preceituando: "O homem nasce bom e a sociedade o corrompe". A mens bíblion, ou mensagem sagrada, revela-nos que o homem que segue a Deus se equipara a uma criança: não há maldade, leviandade, falsidade. Quando somos crianças, a imaturidade, a pureza e a inocência são elementos que fazem com que suportemos dor e o sofrimento, fazendo de nós anjos, seguidores de Deus, guerreiros na fé.
Eduardo Gaelano disse: "Nós somos o que fazemos, e, sobretudo aquilo que fazemos para mudar o que somos: nossa identidade reside na ação e na luta. Por isso, a revelação do que nos implica a denúncia daquilo que nos impede de ser o que podemos ser." E realmente é o que acontece. Somos o que fazemos, o que representamos ser. Semelhantemente pensou o filosofo Kant, ao entender que somos o que representamos. Sobretudo, seremos o que desejarmos e o que fizermos para mudarmos, caso sigamos a palavra de Deus.
O que Deus quer de cada um de nós é que nos entreguemos por amor ao seu nome. E para que isso ocorra, devemos lutar contra nós mesmos, ou seja, contra os pecados que cometemos dia após dia. Em Marcos 8:34-35 está escrito: E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará”. Para a glória de Deus, devemos aniquilar os nossos sentimentos de rejeição e covardia em segui-lo. Devemos usar o verdadeiro amor como instrumento para segui-lo.
Quando aceitamos Deus como o nosso Senhor, ele quebra as heranças malignas passadas de geração à geração, e nos esclarece de entendimento. Não há mais necessidade de seguirmos o que os nossos pais seguiam por amor aos costumes, que muitas vezes negam amor a Deus e implantam enigmas do mal. Acabou aquela velha “estória” de seguirmos as determinações do “pater familiae”. Hoje, o que se deve seguir é tão somente os ensinamentos de Deus. Por isso é que a salvação e o pecado são individuais, pertence a cada um, não transpassando aos pais, nem aos filhos.
O profeta Ezequiel certa feita disse: "(...) o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho (...)” (Ez. 18:20). Corroborando, traz o livro de Deuteronômio: “Os pais não serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais; cada qual morrerá pelo seu pecado (Dt 24:16)". Não quer dizer que os pais não devam orientar seus filhos, nem que os filhos ajudem na orientação dos seus pais, mas que a palavra de Deus seja perpetuada em nossas vidas pelas determinações e palavras que proferimos. “Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes” (Ez. 2: 7)
Eis o significado do livre arbítrio: cada um pode escolher qual o caminho seguir; que senhor servir, já que não poderá servir a dois senhores ao mesmo tempo; poderá escolher qual personalidade ter, enfim, cada um deverá saber o que fazer da sua vida. Deus nos dá o livre arbítrio para escolhermos o que desejarmos, todavia não ficando ele adstrito de nos aconselhar como pai que quer o bem para seu filho, dizendo “atenta para minha voz, filho meu”, de forma que ele nos proporcione a salvação completa. Contudo, basta, apenas, acreditar nele, ter fé, negar a nós mesmos e amá-lo de todo o nosso coração e sem interesse algum.


Nós amamos muito esse Deus...

ORAÇÃO

Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algozes.

Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos.

Meu Deus! Se me deres a fortuna, não me tires a felicidade;

Se me deres a força, não me tires a sensatez;

Se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade.

Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo.

Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória quando bem sucedido e nem desesperado quando sentir insucesso.

Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior.

Ó Deus! Faz-me sentir que o perdão é maior índice da força, e que a vingança é prova de fraqueza. Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança.

Se me faltar a beleza da saúde, conforta-me com a graça da fé.

E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, cria em minha alma a força da desculpa e do perdão.

E finalmente Senhor, te rogo, nunca Te esqueças de mim! Ainda que um dia o meu juízo possa se afastar de mim, não esqueça-me.