sexta-feira, 2 de abril de 2010

LIBERDADE



[Por Diego Bruno de Souza Pires
Servo do Senhor Jesus Cristo]



Olá irmãos! De antemão quero dizer que a nossa sistemática de mensagem hoje vai sair um pouco das formalidades. Vamos fazer um passeio conceitual e bastante histórico para chegarmos finalmente na palavra de Deus, visto que o assunto abordado é de uma extrema complexidade e importância. Deus não apenas quer que sejamos livres, mas que saibamos o porquê de sermos livres.


Posto isto, prossigamos...


De acordoe acordases ta“os servos trabalham uais escolha) traçada por deusmos e que impera com a Enciclopédia Renascer, a palavra "liberdade" significa a condição de um indivíduo não ser submetido ao domínio de outro e, por isso, ter pleno poder sobre si mesmo e sobre seus atos. Numa concepção mais legal, diríamos que o conceito de liberdade se lança na abstração e na generalidade, visto tratar-se da própria proclamação dos direitos naturais do homem, os quais a sociedade entende como direitos fundamentais de primeira geração.
Podemos observar que a liberdade foi consagrada em estado de princípio, sobrelevando-se a dimensão tão suprema quanto à expressão – Estado Democrático de Direito. O art. 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos proclama que “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. Os fundamentos da liberdade também podem ser percebidos na aclamação da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, a qual exalta a liberdade como princípio maestro que dignifica uma democracia, preceituando que “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, como são dotados pela natureza de razão e consciência, devem proceder fraternalmente uns para com os outros”.
A história nos revela as atrocidades praticadas ao longo de séculos em nome de políticas repressivas e contrárias a liberdade de povos. Sabe-se que hoje o conceito de liberdade é extremamente oposto ao que foi pensado por civilizações antigas, como a grega, romana e persa. A liberdade cultuada hodiernamente finca seus alicerces numa liberdade natural e geral, diferenciada da liberdade defendida na Grécia antiga, posto que a escravidão não contradizia o estado de liberdade. É manifesto que na época de Aristóteles, em plena república grega, os conceitos de liberdade e de igualdade corriam trechos opostos ao que atualmente entende-se por LIBERDADE, visto haver uma república “pré-democratica” que admitia a escravidão por dívida e por guerra.
A história deixa claro que na Inglaterra até 1215, os reis controlavam a vida de seus súditos, sem que esses ao menos pudessem decidir sobre as suas liberdades, muito menos sobre a igualdade. Os súditos pertenciam ao reino e não a si mesmos. Eram simplesmente tratados como animais. O homem não era senhor do seu próprio destino. Era o rei quem declarava quais seriam a melhor forma de viver, de plantar e de colher e, sobretudo, a quantia dos impostos a serem recolhidos. O rei era mais que senhor, era também a pessoa que decidia sobre a vida e a morte dos seus súditos.
Foi com a magna Charta Libertatum, outorgada por João Sem-Terra em 15 de junho de 1215, que surgiram questionamentos sobre a existência de princípios naturais, como o da liberdade e da igualdade. Os povos questionaram também sobre os direitos a vida dos homens como algo natural e já pré-existente ao nascimento; acreditavam que homens já não deveriam mais ser escravos, mesmo que carregassem em suas costas essa carga “hereditária”. O homem por si só deveria ser livre e escolher quais os passos seguir. Frente a essas idéias foi que se chegou a Revolução Francesa (século das luzes), pondo em prática os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Mediante a Revolução Francesa (1789), pensadores da envergadura de Vitor Hugo (1802) impulsionaram suas teses sobre liberdade, as quais tomaram curso e encontraram fama na atuante sociedade “racional”. Faça saber, também, que reverências a doutrina de São Tomás de Aquino (1225) sobre a liberdade de uma forma plena e bem desejosa e, sobretudo, alcançada pela luta e pelo conhecer, foram versadas pelo mundo afora.



“Quem não é capaz de ser pobre não é capaz de ser livre”.(Victor Hugo)

“Onde há conhecimento intelectual há mais liberdade”.(S. Tomás de Aquino)



Antes da Revolução Francesa havia o império de idéias preconceituosas e manifestamente formadoras de leis conformistas. Os homens deveriam se conformar com a sua condição de escravos, de reis ou de cleros, pois essa divisão provinha dos “céus”. Suas vidas (liberdade de escolha) eram traçadas por “deuses” antes mesmo de se nascer. Essa cultura vergonhosa fazia com que o povo fosse sempre submisso aos “sangues azuis” (nobres). A cultura conformista era construída em frases como: “os nobres lutam, os cleros rezam e os servos trabalham”.
Huberto Rohden, ao estudar a cultura indiana e a vida do Mahatma Gandhi, descobriu que a política de consolação ou conformista é uma grande aliada da manutenção da supremacia de castas em face de outras. Os indianos entendem que a divisão de classes é feita pelos deuses, não tendo o homem a liberdade de escolher qual classe pertencer, qual roupa usar ou até mesmo qual destino a seguir. Essa filosofia faz parte de uma corrupção proverbial da paciência, inspirada numa esperança fajuta e numa alegria forjada de viver dia após dia em sintonia com o não questionar.


"O conformismo é carcereiro da liberdade e inimigo do crescimento".(John Kennedy)

“Quase todos os homens são escravos pelo mesmo motivo a que os Espartanos atribuíam a servidão dos Persas: a não saberem pronunciar a palavra "não".”(Chamfort)

“Quando em algum país, o governo comete injustiças, então o único lugar onde o cidadão honesto pode viver é na cadeia” (Thoreau, poeta norte-americano)


O conceito de liberdade que queremos alcançar não está simplesmente pautado na liberdade física, mas, numa liberdade dada por Deus antes de nascermos. Essa liberdade não está vinculada a teses ou doutrinas humanas, todavia numa inspiração divina de amor e, sobretudo, de promessas planejadas por Deus para as nossas vidas.
Somos todos libertos em Cristo Jesus, pois foi ele quem pagou os nossos pecados e nos livrou da morte de sermos escravos do pecado, escravos do inimigo. Como senhor das nossas vidas, como aquele que tem o dom de nos libertar da morte, Deus mostra dia após dia que o homem nasceu para ser livre de mente, de espírito, da carne e ser livre do pecado.
Deus é um Deus de promessa e libertação. No livro de Levítico Deus promete liberdade para todos os povos da terra. E assim proferiu o glorioso Deus: “santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus habitantes; ano de jubileu será para vós; pois tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família”. (Levítico 25:10).
Irmãos, não nos esqueçamos do amor de Deus. Ele é um pai misericordioso e pronto para nos livrar cárcere da morte, basta nos arrependermos de todo o nosso coração e amar a Deus acima de tudo [“pois o salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Romanos 6:23.)].
No livro de Salmos, o salmista revela que “Deus pôs o seu povo em liberdade e fez com ele uma aliança eterna”. (Salmos 111:9 – Bíblia de Estudo – Nova tradução na linguagem de hoje). Por isso, quando entregamos as nossas vidas ao Senhor Cristo Jesus e confiamos, assim, de todo o nosso coração, somos libertos do pecado, livres das prisões, do cárcere de nossas mentes, libertos dos preconceitos e dos nossos medos mais ocultos.
Caros irmãos, somos iguais a pássaros livres que se lançam em voos profundos e que conclamam a liberdade divina dada por Deus a todas as vidas, todas as vezes que batem asas e cantam um brilhante dobrado do exército de anjos celestiais ao amanhecer. Nós somos, a cada instante, abraçados pela liberdade que há nos ventos e presenteados pelo brilho do sol, pelo sorriso da luz e pela sinfonia estrelar que todas as noite são regidas por um Deus poderosamente majestoso.
Não esqueçamos! Deus é aquele que “que faz justiça aos oprimidos, o que dá pão aos famintos e o que solta os encarcerados”. (Salmo 146:7). Não há outro Deus como o nosso Deus. O nosso Deus é único e não há outro capaz de nos libertar.
Então, pode ser que você esteja morto e que não confie mais em nada nessa vida. As pessoas te decepcionaram, te magoaram e não querem a sua vitória. Pode até ser que você se sinta o pior dos seres, o maior derrotado. Mesmo assim, não desista. Deus está pronto para te salvar, para dar-te a liberdade desta prisão em que vive. Ele está sempre pronto a restituir a sua VIDA, e melhor, torná-la muito melhor de como era antes. É só clamar a esse Deus e ele abrirá as portas da vitória e concederá a liberdade da sua alma e da sua vida. Assim, não mais viverá pelo que os outros pensam de vocês, nem tão pouco se importará com as conspirações miraculosas que os seus inimigos planejam contra você, pois Deus estará ao teu lado para todo o sempre. [Não esqueça que Deus foi aquele que fechou as bocas dos leões quando seu servo Daniel clamou].
Aprenda uma simples coisa: se estiver morto, clame; mas se vivo estiver, exalte. Se estiver triste, clame; mas caso haja alegria dentro de você, exalte. Se sua vida desmoronar, clame a Deus e ele tudo mudará; mas caso as vitórias batam a sua porta, exalte, pois esse Deus é tremendo. Se o inimigo destruir a sua vida, clame a Deus; mas caso ele se torne seu maior amigo, exalte, pois Deus é Deus em todas as horas e em todos os momentos e tem planos para a sua vida. Deus é aquele que é capaz de aliviar as dores e curar o homem de profundas doenças.
A liberdade está à sua mesa e Deus quer serví-la a você, basta acreditar nesse Deus que é tão poderoso e verá a sua vitória ser alcançada. “Então todos saberão que eu, o Senhor, Sou o Salvador de vocês; que eu, o poderoso Deus de Israel, sou o seu Redentor” (Isaías 49: 26 Bíblia de Estudo – Nova tradução na linguagem de hoje) , basta procurar esse Deus e verá a vitória da sua liberdade.
A liberdade virá com honras aqueles que são servos do Senhor. Isso é promessa de Iahweh. “Reis estrangeiros cuidarão das crianças, e rainhas serão as suas babás. Reis e rainhas se ajoelharão em frente de vocês, encostarão o rosto no chão e lamberão o pó dos pés de vocês. Então vocês ficarão sabendo que eu sou o Senhor e que os que confiam em mim nunca ficam desiludidos” (Isaías 49: 23 - Bíblia de Estudo – Nova tradução na linguagem de hoje). Deus nos tirou do Egito e nos fez livres, e assim seremos libertos na palavra de Deus, esperando as suas bênçãos e as promessas para as nossas vidas.
No livro de Isaías Deus nos faz algumas perguntas: “Será que alguém pode tirar de um soldado as coisas que ele carrega depois da batalha? Ou será que alguém pode pôr em liberdade os que estão sendo levados como prisioneiros por um rei cruel?” (Isaías 49: 24 - Bíblia de Estudo – Nova tradução na linguagem de hoje) E assim, o Senhor Deus nos responde: “As coisas que o soldado carrega serão tiradas dele; os prisioneiros do rei cruel serão postos em liberdade. Pois eu lutarei contra os inimigos de vocês e eu mesmo salvarei os seus filhos” (Isaías 49: 25 - Bíblia de Estudo – Nova tradução na linguagem de hoje).
Por isso, nobres irmãos, creiam na sua libertação espiritual, mental e carnal, posto que esse Deus que olha por nós, nos liberta e nos salva da morte, mas para isso é preciso acreditar e esperar nele com fé e amor.


E assim, um dia, em homenagem ao discernimento poético que me acompanha; usei da sensibilidade que pousa sobre mim e em versos proferir o que é liberdade:



“A liberdade é a fonte de luz que inspira o homem
a querer voar e se extravasar de si mesmo, sem
que ao menos tenha de se curvar a homens, se preocupar
com sanções de homens, críticas de homens, olhares nefastos
de homens...

A liberdade é semelhante ao exame da vida de um
pássaro que vive em seu ninho e que sempre
tende a se lançar em voos rasantes em procura de
alimento, sem que ao menos saiba se vai voltar...

A liberdade foi tida por muitos como exaltação de loucura.
Loucura por não compactuar com os mesmos interesses e ideais;
Loucura por homens não saber carregarem no peito,
de forma mansa e pacífica; temerosa e tímida; desonrosa e vergonhosa,
a conformação de não poder ser livre...

Negar a “loucura” humana que profana o cárcere, em vista a luta por liberdade,
é o maior significado de racionalidade humana. Se a verdadeira forma
de ser são é ser louco, a loucura é a cura espiritual do homem; e
a suposta “sanidade” é a vergonha moral de homens e perfeita
compactuação destes com a morte...

É a loucura da liberdade, da igualdade e do amor
que necessitamos construir a cada dia, posto que a sanidade
de homens que vivem de interesses nos colocam a repensar
os conceitos...

A liberdade não é um troféu que homens devem conquistar,
mas direito natural que homens devem defender até a morte,
por amor a Deus, a seu povo e a si mesmo...

A liberdade é um presente de Deus para todos os homens.
Não há exclusão, divisão ou sequer sucessão do status libertatis.
É construção da razão e da sabedoria que Deus nos concedeu para
que vivêssemos em comunhão com ele...

Liberdade é, acima de tudo, amor, respeito e comunhão com
Deus e com todos os nossos irmãos. Está ai a razão do significado
“amai ao próximo como a si mesmo.”


E por fim, nos questionamos...



Quantas vezes escravos desejaram mais a morte que a vida, por não conhecer a salvação? Quantas vezes entregaram seus filhos a seus “senhores” para que fossem vendidos como escravos? Quantas vezes dormiam angustiados e pedindo aos céus para não acordar? Quantas vezes coisas aconteceram? Quantas vezes coisas acontecem? As perguntas são muitas, a salvação é única: Deus, o nosso único salvador.


Sou livre naquele que me fortalece: Cristo Jesus.
Ó, salve a liberdade!

ORAÇÃO

Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algozes.

Ajuda-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos.

Meu Deus! Se me deres a fortuna, não me tires a felicidade;

Se me deres a força, não me tires a sensatez;

Se me for dado prosperar, não permita que eu perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade.

Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo.

Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória quando bem sucedido e nem desesperado quando sentir insucesso.

Lembra-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior.

Ó Deus! Faz-me sentir que o perdão é maior índice da força, e que a vingança é prova de fraqueza. Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança.

Se me faltar a beleza da saúde, conforta-me com a graça da fé.

E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, cria em minha alma a força da desculpa e do perdão.

E finalmente Senhor, te rogo, nunca Te esqueças de mim! Ainda que um dia o meu juízo possa se afastar de mim, não esqueça-me.